quarta-feira, 11 de julho de 2012

Dicas de Porto Alegre

Tenho mais algumas dicas para quem vai passar uma temporada em Porto Alegre. Adorei a capital gaúcha!

1 - Casa de Cultura Mário Quintana

É um prédio frondoso no centro da cidade, mais precisamente na Rua dos Andradas. O Mário Quintana morou no local, que funcionava antes como hotel. Lá tem algumas salas com exposições culturais, teatro, bomboniére, enfim, é uma casa de cultura mesmo. Tem também o jardim do Lutzenberg, grande ambientalista gaúcho. Além de tudo isso, tem o Santo de Casa, café/restaurante que fica no último andar do prédio e tem vista para o Rio Guaíba. Uma parte das mesas fica em uma espécie de terraço, perfeito para um almoço em um dia mais quente, porque venta bastante. Comi um risoto de queijo delicioso! Mas tem também massas, grelhados e saladas no cardápio.


A vista do terraço, com o Guaíba logo ali

Helena (gaúcha, bah!) e Daniel esperando almoço

Abóbada da Casa de Cultura Mário Quintana


Curiosidade: dizem que o Quintana vivia na boêmia e era encontrado com frequência totalmente bêbado, caído nas sarjetas do centro da cidade. Depois ia lá e escrevia poemas, muitos infantis (!!!).

2 - Xis

Continuando na sessão comida, o que mais me chamou a atenção em PoA não foram os famosos churrascos gaúchos. Foram os Xis. Os Xis são sanduíches estilo pit dog, só que gigantes. Até as versões menores, como os petiços, servidos no Pampa Burger (uma das redes que serve os Xis) são gigantes. Um Xis normal ocupa um prato todo e tem que comer com garfo e faca, porque haja boca pra ser na dentada!! É uma refeição completa. Pelo que percebi, os preços variam entre R$9,00 e R$14,00. Dá pra acrescentar batatinhas pagando um pouco mais, mas não tem necessidade de cada um da mesa pedir uma batata. Um só pede e pronto, porque vem muita! E o sanduíche, por si só, já satisfaz bastante.
Conheci o Só Comes, o Pampa Burger e o Cavanhas. O Só Comes e o Pampa Burger são mais arrumadinhos, estilo restaurante/barzinho. O Cavanhas tem mais cara de lanchonete mesmo. E são todos deliciosos. Ah, tem pra vegetarianos no Cavanhas, aí ao invés de carne, vem champignon. No bairro Cidade Baixa tem muitas opções de comidas e bares.

Xis básico!! Esse é do Cavanhas


3 - Parque Farroupilha, mais conhecido como Redenção.

O lugar é enormeee e muito bonito, além de ser o point dos gaúchos aos domingos. Uma das ruas adjacentes é fechada para o que eles chamam de "brique", uma espécie de feirinha com produtos variados, desde antiguidades a roupas e artesanato. Mas o que mais se vê são famílias inteiras brincando no parque, sentadas na grama tomando um sol e tomando chimarrão ou correndo com seus cachorros. Ah, são MUITOS cachorros. Amante desses bichos como eu sou, fiquei encantadíssima (inclusive com os donos, que catam as caquinhas dos bichinhos e jogam no lixo, como deve ser). Cheguei lá e já tinha uma barraquinha da Prefeitura de Porto Alegre, oferecendo animais para adoção. Iniciativa bacanérrima que a prefeitura de Goiânia podia copiar. Mais à frente, uma placa cita lei de 1991, que proíbe comércio de animais no local. Bem diferente do que rola nas feiras do Sol e Lua e adjacências do Flamboyant aqui em Gyn, em que animais são vendidos sem nenhum tipo de controle em relação aos criadores. Lá na Redenção, só adoção! Amei amei!
No domingo em que visitei o parque, fazia um friozinho gostoso de 9 ºC. Achamos um espacinho no sol, colocamos nossas cangas na grama e nos sentamos lá, tomando um chimarrão (que, pra quem não sabe, tem gosto de chá sem açúcar).
Dica: se for almoçar por lá, saia do parque em direção às ruas um pouco mais distantes. Como na praia, os preços vão caindo de acordo com a distância da praça.




Bah, que chimarrão quentinho tchê!


4 - Instituto Iberê Camargo, Santander Cultural e Mercado Central

A dica agora é pra quem pegar um dia chuvoso em PoA. Aconteceu com a gente e deixamos de dar um passeio no Guaíba por isso. Mas fomos perto da prainha do Guaíba, onde fica o Instituto Iberê Camargo. São três andares em um prédio com arquitetura super interessante. Em cada andar, uma exposição de um artista diferente. A entrada é gratuita e, se for de carro, o estacionamento é salgado: R$7,00 a primeira hora.

Vista de uma das janelinhas do Iberê: muita chuva, e o Guaíba

Vista do 2º andar

Quadro da exposição de Ione Saldanha

Criança feliz na exposição

Proibido entrar com chimarrão e mascando chiclete



Também tem o Santander Cultural, no centro da cidade. É um prédio antigo, arquitetura estilo colonial, que funcionava de fato como um banco e virou espaço de teatro, cinema e exposições. Tem umas mostras bacanas de cinema por lá. O preço do ingresso, valor único, é R$5,00. Depois, dá pra tomar um café em uma sala onde já funcionou o cofre do banco. A porta original do cofre ainda foi mantida.

Bem próximo do Santander Cultural tem o mercado central de Porto Alegre. O lugar é enorme, e tem, como em todo mercado central, um monte de comidinhas deliciosas. O de lá tem dois andares, com escada rolante e tudo. O prédio onde ele funciona é um local bem bonito, bem ventilado e distribuído. Gostei por não ser tumultuado. No segundo andar funcionam alguns restaurantes, inclusive um vegetariano.

Ecotelhado em ponto de ônibus próximo ao porto

Centrão de Poa


Ah, pra quem gosta de balada, tem o Beco, uma boate onde sempre rolam dois tipos de festa, uma em cada andar. Fui em uma festa com muita música Indie e rock, tocado pelas mocinhas do "Rock de Calcinha". Tocam muito e a voz da vocalista é de assustar de tão boa! No dia que fui, mulher não pagava! Melhor ainda! Gostei bastante, mas não tirei foto. O site deles é esse aqui ó: http://www.beco203.com.br/capa-beco.php


Curiosidades sobre PoA:
- o transporte público, pelo que usei (em horários de pico, inclusive), me pareceu bastante eficiente. São várias avenidas com corredor exclusivo e os ônibus passam com uma frequência boa. A tarifa é uma das mais caras do país: R$2,85. Mas o serviço é bom, acho que compensa. Ah, uma das empresas que opera é municipal!
- Está perdido na cidade e não sabe qual ônibus pegar? Disque 118 gratuitamente e pergunte a um atendente. É só dizer onde está e pra onde quer ir que eles informam. Tem também o site www.poatransporte.com.br

- Depois do Fantástico, eles têm um "Fantástico" regional, o Teledomingo. Achei interessante. A programação produzida pelas emissoras locais é bem mais diversificada. Acho que por uma questão estrutural.
- Tem um trem que sai do centro de Porto Alegre até Novo Hamburgo, na região metropolitana. Lá é a capital dos calçados, com várias lojas e outlets de grandes marcas. Não fiz o passeio, mas me disseram que a tarifa é menor que a cobrada nos ônibus da capital.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Água de beber

Cá estou em terras gaúchas, com nossos gaudérios queridos, passando uma friaca, como eles mesmos costumam dizer. A temperatura caiu, de um dia para o outro, de 30 para 12 graus, e chove bastante. Coisa com a qual os goianos não têm muito costume, né?
Mas já deu pra fazer bastante coisa em alguns dias, uma delas foi ir ao Água de Beber. Atenção quem gosta de cervejas especiais, a dica é muito boa!
O Água de Beber é um barzinho no centro de Porto Alegre, que consegue ser uma mistura de boteco com pub. A decoração é muito bacana e tem uma carta extensa de cervejas especiais, de vários tipos e países, inclusive as que são exclusivas aqui do Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, vendem sanduíches com precinhos bem justos (R$5,00) e outras guloseimas típicas de boteco mesmo, como porção de ovo de codorna (amo!), calabresa, queijos, amendoim, entre outros.
O lema do bar é "beba menos, mas beba melhor". A ideia é de que não compensa beber 20 latinhas se a cerveja não for boa. É melhor comprar menos com esse mesmo dinheiro, mas beber coisas diferentes, de qualidade. Apreciar mesmo a cerveja, como se aprecia um vinho, e não beber pra ficar bêbado e pronto. Fomos pra lá assistir a final da Libertadores, e por incrível que pareça, o local não estava lotado. Nos sentamos no balcão mesmo e conversamos bastante com os donos do bar, dois jovens rapazes que atendem diretamente os clientes. Fernando e Leandro são bem simpáticos e conversam sobre tudo. Alguns outros clientes se sentaram também no balcão e a prosa se deu como se todos já se conhecessem antes. Um ambiente bem leve e tranquilo.  Reparei que alguns clientes velhos da casa já até tomam a liberdade de ir pro outro lado do balão e pegar, eles mesmos, copos e cervejas.
Eu vou confessar que não sou a maior fã de cerveja do mundo, mas beberico aqui e acolá quando são diferentes. A primeira vez que tomei uma cerveja foi em grande estilo, logo na Oktoberfest de 2009, em Munique. Então, não vejo lá muito graça em sentar em um boteco e beber cervejas comuns. E, quando bebo, é pouco. Mas nem por isso vou deixar de dar minha opinião.

A nossa estreia foi com a Abadessa Export 1 litro.


Primeira dica: cuidado com o manuseio da garrafa, que, por sinal, é linda. Ela é retornável e, caso quebre, vai custar R$120,00 ao cliente desafortunado. Mas esse não é o preço dela. Não me lembro bem quanto foi, mas era menos que R$30,00. É uma cerveja que só é vendida no Rio Grande do Sul. Ela tem que se manter resfriada sempre e  sua validade termina em 30 dias, o que dificulta seu transporte para outras regiões do país. Seu gosto é bem suave, bom mesmo para apreciar. Agradou meu paladar de menininha e também o do namorado e do cunhado. Unanimidade. Recomendo bastante.

A segunda foi a Babilônia Red Ale. 



Não sei se tem algo a ver com o fato de eu ter tomado a Abadessa antes, que é bem suave, mas achei a Babilônia Red Ale muito forte. Um gosto meio que "de madeira", se for pra usar uma linguagem bem leiga. Nunca fui de beber Red Ale, nem sei bem do que se trata, mas não agradou meu paladar de menininha. O namorado e o cunhado, no entanto, aprovaram. Digamos que é uma cerveja "de macho", com gosto bem marcante. O rótulo dela não me era estranho, mas não posso afirmar que já a vi para beber em outros lugares.

Pedimos também a Babilônia Pale Ale. Dessa eu gostei mais, mas ainda assim, não caí de amores.

Aí foi a vez de uma cerveja com um nome, no mínimo, inesperado: Green Cow IPA. Isso mesmo, vaca verde, assim como mostra o rótulo.



Não é suave, pelo contrário. Sua principal característica é a alta concentração de lúpulo, o que deixa seu gosto bem forte. Mas é um forte bom. Diferente do que percebi na Babilônia. De algum modo seu "amargor" me agradou, o que em geral não acontece. Gosto das coisas mais docinhas e suaves, mas aprovei a Green Cow. O rótulo dela é trabalho gráfico de amigos dos donos do Água de Beber. E, além da vaquinha, vem os dizeres "de doce, já basta a vida" e "start a revolution, drink better beer", bem de acordo com a proposta do bar. 

Fomos pedindo as cervejas de acordo com as indicações do dono do local. A que eu mais gostei foi a primeira, a Abadessa. Talvez porque ela é suave, ou porque ela é tão boa e "especial" que frustrou minhas expectativas em relação às outras, não sei. Mas é certo que quem gosta de beber cervejas diferentes e vier a Porto Alegre TEM que dar uma passada no Água de Beber. Vale a pena conferir a carta de cervejas, os comes, a decoração, o bom papo do pessoal do bar, enfim, um ambiente bem bacana. E o preço? Justo, como eu disse. Pedimos uma porção de ovinhos de codorna e cada um dos meninos comeu um sanduba. Dividimos a conta e deu R$28,00 pra mim e R$29,00 pra cada um dos meninos. Conta que se paga em bares super comuns, sem graça nenhuma!
Ah, de vez em quando rolam apresentações musicais e também festival de chopp! 
Achei um blog deles, mas não está muito atualizado. Tem  telefone, para mais informações. Eu indico!



segunda-feira, 2 de julho de 2012

Enfim, férias

"Quem não gosta de férias, bom sujeito não é, é ruim da cabeça, ou doente do pé"... parafraseando a música do Dorival Caymmi, pra ficar mais a minha cara. Também gosto de samba, mas de férias... ah, as férias.
Férias pra mim é a síntese de como a vida, se fosse justa, deveria ser. Deveríamos trabalhar um mês e  ter férias de 11 meses. Claro que isso é inimaginável dentro de uma sociedade organizada do modo que a nossa é, com dependência do dinheiro, venda da força de trabalho etc,  mas que seria digno, ah, seria.
Eu entrei hoje de férias. Ok, muita gente entra de férias em julho. Mas meu caso é diferente porque não são quaisquer férias, são as primeiras férias profissionais. Ai que adulta!
Nada melhor do que o período de faculdade. Eu chegava a ficar 3 meses seguidos de férias: dezembro, janeiro e fevereiro - quando o carnaval caía mais tarde e, para a nossa alegria, tudo emendava. Ainda tinha a pausa de julho.
Vida de universitário é uma delícia! Juro que nunca me entendiava. Podia comer, dormir, dormir, comer por dias a fio, e não reclamava (ao contrário de muita gente que conheço, que fica uma semana de férias e dá pinimba pra fazer algo "obrigatório". Passo longe de ser desse time meio workaholic). Mas aí tem aquela né, se você é universitário e se dedica só a isso, falta grana pra gastar nesses 4 meses de férias por ano. Se você faz estágio, continua faltando grana. Tem quem trabalhe normalmente e faça faculdade junto. Mas esses têm férias de verdade só uma vez por ano, como todo trabalhador comum desse país (menos algumas carreiras do Direito) e o pior, pode ser que as férias não coincidam. Uó.
Eu saí desse mundo de 4 meses de férias por ano, mas sem muita grana, para o mundo do ter seu próprio dinheirinho (inho) no fim do mês, mas ter só um mês de férias. E o pior: eu fiquei um ano e meio sem férias. Sim, desde 2 de janeiro de 2011 estou trabalhando sem férias e sem alguns feriados e fins de semana também. Foi um choque daqueles. Nos últimos três meses, eu sentia que a panelinha de pressão na minha cabeça ia estourar. Terrível. Mas conheço gente que, pulando de um emprego pra outro, está há anos sem tirar férias. Isso teria um impacto muito grande em mim, e juro, poderia estar ganhando rios de dinheiro, mas se fosse pra ficar 2, 3 anos sem férias, não toparia.
Todo mundo precisa de um tempo sem muitas obrigações. De poder deitar no meio da tarde no sofá e ler um livro. De poder dormir até o corpo não aguentar mais (primeira coisa que fiz nessas férias, hehe). Todo mundo tem que poder ir, pelo menos uma vez ao ano, no cinema em horário comercial. E, pra mim, mais importante de tudo, todo mundo tem que poder viajar, seja pra cidade vizinha, pra roça, pra outro Estado, pra outro país. E viajar de verdade, não aquele bate-volta dos fins de semana e feriado.
Eu amo férias porque nelas eu posso viajar muito. Com ou sem muito dinheiro, é só encaixar o tipo de programa ao bolso. Mas mudar de ares, mudar de paisagem, nesse mundo deeeeesse tamanho, para mim é fundamental. É o que eu vou fazer durante o mês todo. Vou reencontrar amigos da época do meu intercâmbio, daqui e de fora do país. Esse tempo todo sem férias serviu para uma coisa: juntar dinheiro para poder viajar quando as férias, enfim, chegassem. É o que dá sentido a toda essa labuta, além de cobrir os gastos do dia a dia.
Vou aproveitar cada segundinho e tentar trazer depois algumas dicas de viagens, de lugares que passei, de coisas bacanas que vi por aí. E se pintar vontade, escrevo durante as férias mesmo. Mas só se pintar vontade: obrigação, nas férias, só de comer e dormir.