sexta-feira, 22 de junho de 2012

João Pessoa, sua linda

Desde que me entendo por gente tenho o sonho de morar na praia. Não sei se é coisa de goiano que vive longe do mar, mas não conheço lugar nenhum do mundo onde eu me sinta mais feliz do que boiando nas ondas do mar, segundos antes de elas se quebrarem. Fico tão feliz que não consigo fazer isso sem um sorriso no rosto.Também poderia passar horas sentada na areia olhando pro mar, é hipnótico. Já fiz isso até o sol cair e foi um dos melhores dias da minha vida.Pois bem, estou grandinha e meu sonho continua firme e forte. Já estou até mexendo uns pauzinhos para isso, e espero que, a médio prazo, eu consiga.

Um dos percalços de realizar esse sonho é que, em geral, morar em cidades litorâneas é caro. Aí eu descobri que nem sempre. Conheci em abril a cidade dos meus sonhos: João Pessoa, Paraíba.
Fica a 2 horas de carro de Natal, 3 horas de Fortaleza, 2 horas de Recife, pouco menos do que isso de Porto de Galinhas. Tanto pro sul quanto pro norte, saindo da cidade, existem praias belíssimas. E, na verdade, nem precisa sair da cidade pra curtir: a praia do Cabo Branco é uma delícia.


Praia de Cabo Branco, em João Pessoa


A cidade não é só praias, claro. Tem ciclovias (só não ando de bike em Gyn por falta delas, morro de medo, mas morro de vontade também); o centro cultural projetado pelo Oscar Niemeyer funciona de verdade, com eventos praticamente diários e gratuitos pra população; uma tapioca gigante que dá pra duas pessoas custa menos de R$10,00 (com refri incluso na conta). Isso na beirinha da praia. Pasmem!

Ciclovia

Imitando estátua no Niemeyer de lá


É tudo bem em conta mesmo. O custo de vida, pelo que percebi (e também me disseram), é semelhante ao de Goiânia, até mais baixo em alguns casos. Imagina uma Goiânia (no quesito preço), só que com praia?
A cidade ainda não é uma metrópole, tem menos de 1 milhão de habitantes, o que eu acho ótimo. Em contraste com o jeito de "cidade do interior", até no domingo o comércio de rua funciona em alguns pontos.Além de tudo, a julgar pelas pessoas que conheci por lá, o povo é bem acolhedor e querido. Fiquei apenas 3 dias, mas foram dias de total encantamento. Se meu sonho de morar na praia se concretizasse, é certo que João Pessoa seria minha primeira escolha.
Enquanto isso, garanto que a cidade vale muito a visita - e merece no mínimo uns 10 dias, pra explorar beeeem a região. Lá tem uns serviços de passeios de van que custam 50 reais, e vai nas praias mais bonitas da região. E a tapioca de camarão com catupiry, ou de carne seca com macaxeira (mandioca pra goianada) valem muuito a pena! Ainda tem o charme do centro da cidade. A parte histórica é LINDA e PRESERVADA. Fiquei admirada de ver as casinhas antigas, todas coloridinhas, sem UMA pichação sequer! Lá tem um hotel antigo, já desativado, que virou um museu. A vista para o Rio Jaguaribe, que desemboca no mar, é perfeita!

Hotel no Centro Histórico de João Pessoa

Vista para o rio Jaguaribe

Sobre as atrações culturais, não deu tempo de conhecer muita coisa, mas soube que existem muitas peças de teatro por lá, com preços bem populares. Shows de artistas brasileiros famosos, de acordo com o relato de moradores de lá, não costumam custar mais de R$30,00!
Praia+preços baixos+cidade bonita= tudo que eu sempre quis.
João Pessoa, sua linda, te vejo no máximo nas férias que vem!

Melhor maneira de passar o dia


Obs: abraço pra Suênia Galvão, que me recebeu super bem por lá e é uma das responsáveis pelo meu olhar apaixonado sobre a cidade.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cadê o amendoim?

Como já se especulava por aí, a Gol Linhas Aéreas começou a cobrar por seus lanches nas aeronaves. Em voo que fiz pela companhia no último final de semana, com destino a Natal (RN), percebi que a mudança pegou muita gente de surpresa. Agora, só um copo de água é de graça. Tenho minhas dúvidas se isso é realmente necessário. Pode até representar uma economia e tanto para a empresa, mas em voos mais longos, acho que é falta de bom senso.
A mudança seria um pouco mais tragável se fossem praticados preços mais honestos. Um sanduíche simples, dividido em duas fatias, custa R$10,00. A lata de refri custa R$5,00. R$15,00 em um lanche que vale, no máximo, a metade disso. É o mesmo desfile de abusos dos aeroportos. Vão justificar que isso é lei de mercado, oferta e procura. Para mim, isso é um péssimo exemplo do "jeitinho brasileiro" de levar vantagem sobre a vulnerabilidade alheia.
Me lembro que uma das últimas coisas que fiz na Alemanha, já no aeroporto de Munique, foi tomar uma cerveja Radler, com um leve gosto de limão. Ela custou o mesmo que custaria em um bar, pouco mais do que custa em um supermercado. Nos demais aeroportos onde passei pela Europa, não me lembro de ter me sentido lesada pelos preços das comidas em nenhum momento.Inclusive, algumas empresas low coast, como a Ryanair (a alegria dos mochileiros), também cobram pelos lanches, mas não me lembro de ter levado muito susto nos trechos que percorri (todos trechos curtos, então nem cheguei a sentir fome).
Aqui no Brasil, tive uma grata surpresa no aeroporto de João Pessoa, na Paraíba, onde estive em abril. Consumi 2 pães de queijo médios e um toddynho e tudo deu menos de R$5,00. Um exemplo raro. Também me sinto feliz em Guarulhos, porque tem Mc Donalds com preços normais (que eu já acho salgado por natureza). Mas, nos demais aeroportos, inclusive  no de Goiânia, a realidade é outra. Me sinto uma idiota quando cogito pagar R$5,00 em uma lata de refri, em uma coxinha fuén (que nem tem catupiry!!) ou mesmo em um simples pão de queijo.Todos sabemos o valor real deles, por vezes menos da metade disso aí.
Eu tinha o costume de me aguentar com o lanchinho do avião - 1 saquinho de amendoim e 1 copinho de refri me bastavam por algumas horas, mas sei que isso é porque eu como pouco. Famintos de plantão que vão voar pela Gol precisam, mais do que nunca, planejar melhor a alimentação antes do voo. Passar em uma padaria, por exemplo, ou almoçar/jantar, dependendo da hora do voo, de forma reforçada.
Se for fazer escala, então, o jeito é preparar o bolso ou acrescentar umas bolachinhas na bagagem de mão. No meu caso, jantei antes de pegar o voo para Natal com conexão em Guarulhos. Saí às 9 da noite de Gyn, a conexão em São Paulo foi rápida e cheguei em Natal por volta de 3h30. Varada de fome, tive que pagar R$4,50 em uma coxinha "de ontem". Até tem um Bobs no aeroporto, mas pelo visto não abre de madrugada.
Sei que as promoções frequentes de passagem podem ajudar a justificar a cobrança do lanche. Mas nada justifica esses preços. Isso não é lei de mercado, é apenas abusar de um momento em que a pessoa não tem escolha. De São Paulo para o Nordeste, por exemplo, você chega uma hora antes no aeroporto, mais o tempo de vôo (3 horas em média), mais o trânsito do aeroporto para o destino final. Isso pode dar até 5 horas, se não houver atraso. Quem sofre de pressão baixa, por exemplo, não consegue e nem pode ficar tanto tempo sem comer, aí não resta outra opção a não ser desembolsar os R$15,00 em um lanche fuén. Espero que isso não seja adotado pelas demais empresas aéreas e, se for, que seja com preços justos. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também podia fazer algum tipo de controle sobre esses preços abusivos. Se muitos passageiros registrarem a mesma reclamação, pode ser que algo seja feito. Até lá, se vai viajar de avião, forre bem o estômago antes mesmo de sair de casa.




                                            Volta! Volta! Volta! (foto:airlinemeals.net)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ou é leve, ou não é amor


No dia dos namorados, não vou falar o quanto meu namoro é bom, colocar mil fotos nas redes sociais e fazer um monte de declarações. Nem trocar presentes caros em um jantar mais caro ainda e colocar fotos no Instagram (nem tenho), não faz meu estilo.Nesse dia dos namorados eu vou falar de um erro comum que eu vejo muita gente cometendo, tanto meninas quanto meninos, e que só atrapalha o caminho de quem quer, mas ainda não encontrou uma tampa pra sua panela.

Dia desses me deparei com um texto no facebook que dizia mais ou menos assim: "quem quer, dá um jeito; quem não quer, uma desculpa". Faz sentido. Mas depois da primeira frase, começaram as bizarrices.
O texto era dirigido a meninas, mas cabe pra ambos os sexos. Aí se seguiam pérolas como “se ele quer, não há mãe, não há trabalho, não há futebol com amigos, não há NADA no mundo que o impeça de ver você”. Má ôôôôôôeeee, pensei comigo. Procura-se um namorado, um companheiro pros bons e maus momentos, ou um escravo que viva para te servir?

Um namorado é uma pessoa comum. Tem família, e vai ter que dar atenção a ela. E é bom que dê mesmo, afinal, um dia você poderá se tornar parte do núcleo familiar dele – e vai querer atenção também. Vai ter sim aniversário de tia, tio, primo, afilhado, mãe, pai e irmão. Se você puder acompanhá-lo, ótimo. Se não, vai mesmo encasquetar caso ele queira ir? O que acharia de um cara que reclama do fato de você ajudar sua mãe em casa, ou que achasse ruim se você fosse de vez em quando fazer aquele programa com o seu velho? Eu acharia muita falta de noção.

Um namorado tem trabalho (se for adulto, claro). Você deixaria o seu trabalho pelo seu namorado? Peitaria seu chefe e diria: olha, meu namorado está me esperando, cheio de saudade e amor pra dar, não dá pra esperar dar 18 horas, então eu vou sair mais cedo, ok??  Existe algum sentido nisso? Existe motivo pra achar que o rapaz não te ama ou não quer estar com você só porque, naquele momento, ele está atolado em trabalho? Claro que se as reuniões depois do trabalho ficarem frequentes demais, rola trocar uma ideia pra saber o porquê, mostrar interesse, se inteirar. Mas sem chegar com 20 pedras na mão pensando sempre o pior de quem está ao seu lado. Isso não é saudável. Vai que o bófe, pra provar que te ama muito, larga o emprego e fica full time ao seu dispor, tipo um gigolô? É essa a ideia de “um cara que ama”?

Há futebol com amigos também. E pode ser qualquer outro esporte ou qualquer outra atividade com amigos, como bar, por exemplo. Por que não? Você tem suas amigas, certo? Se não tem, deveria começar a ter. Faz um bem danado pra saúde e pra vida ter outras pessoas no seu convívio que não o seu amor. Além do mais, pense em algo que você gosta MUITO de fazer. A pessoa que te ama, certamente, não vai te torrar o saco porque você quer fazer algo que te deixa feliz, certo? A não ser que seja sair pulando a cerca por aí ou fazendo mal para os outros, não vejo porquê encasquetar. A pessoa que te ama vai ficar feliz em saber que você está fazendo algo prazeroso. E futebol com os amigos é isso. Ou um clube com as amigas. O fato de seu amado ter momentos prazerosos sem você não quer dizer que ele não queira te ter na vida dele. Só quer dizer que a vida dele não é monotemática.

Outras pérolas desses textos que tenho lido por aí: "Quando queremos, de verdade, sempre arrumamos um jeito.Viramos o mundo de ponta cabeça para trocar o plantão, colocamos o chip no celular do amigo quando ficamos sem bateria, pagamos o dobro para pegarmos um táxi e chegar a tempo, atravessamos a cidade para conseguirmos pegar o último ônibus que já estava com o motor ligado, deixamos para trás a festa de aniversário da melhor amiga (má ôôôêê???), pedimos dinheiro emprestado até para quem não gosta da gente." Na boa, eu não faria nada disso (talvez a troca de chip, mas só se fosse caso de vida ou morte)e se meu namorado grilasse com isso, sinceramente, eu ia achá-lo muito mané. Existem contratempos na vida, oras. Não se controla tudo.

Eu nunca consegui entender a lógica de muita gente que pensa que só é amado se for a pessoa mais importante da vida da outra pessoa. Não é bem assim. Como já disse, o ser que você gosta é um ser humano comum. Teve um passado antes de você. Então, tem família, tem amigos, tem histórias, tem gostos, tem hábitos, tem uma individualidade. O fato de ele estar junto de você agora não significa que isso tudo vai sumir e esse ser vai, a partir de agora, fazer tudo o que VOCÊ quiser que ele faça, e com VOCÊ, na hora que VOCÊ determinar. Significa apenas que um vai fazer parte da vida do outro, não SER a vida do outro.
“Mas quando eu amo, eu faço tudo pela pessoa”. Então meu amigo, você não sabe o que é amor. Isso que você acha que é amor se chama “anulação”. E faz um mal danado pra qualquer relacionamento. Você pode estar embevecido de paixão e nem perceber que está deixando todo o restante da sua vida (família, amigos, lazer) de lado. Mas as pessoas ao seu redor estão observando, estão sendo magoadas e, se algo der errado, você vai querer enfiar a cara em um buraco e pedir desculpas para todo mundo.

O amor mesmo é leve. A pessoa tem sim uma importância enorme na sua vida, porque ela a torna mais interessante. Mas seu mundo não vai girar em volta daquela pessoa. Ela será apenas um elemento agregador de bons momentos, de sorrisos. Nessa roda da vida, devem girar também os momentos de lazer a sós ou com amigos, os planos profissionais, a família, o cachorro, os cuidados com a saúde, os estudos. Já imaginou o peso que a pessoa carrega, se você deposita nela e somente nela toda a razão do seu mundo girar? É peso demais. Como dizia Vanessa da Mata, “é demais, é pesado, não há paz”.


O amor mesmo é pacífico. Quer desfrutar de momentos tranqüilos, não quer ser dono nem senhor do outro.  Não quer agora e só serve se for agora. Se precisar esperar o fim de semana, ele espera. Se puder se encontrar só depois da aula do cursinho, ele encontra. Se a conversa tiver que ser resumida no telefone, ela será sem mágoas ou chateações. Se tiver que passar um tempo longe, vai sentir saudade, mas não revolta. Se vir o outro crescer, vai torcer a favor, não contra.

O amor mesmo é tranqüilo, com algumas pitadas de pimenta. O problema é que essa pimenta, para alguns, são brigas, discussões, ciúme, imposições e egos inflados. Isso não é pimenta, isso é problema. Pimenta é um abraço apertado, um olhar indiscreto em hora e local inapropriado, uma mensagem surpresa, uma nova posição, um brinquedinho novo, um aprendizado conjunto. Isso sim dá o tempero. 

Se você busca mesmo alguém que vai fazer o que você quer, do jeito que você quer, na hora que você quer, você quer é um escravo, não um namorado. E escravo, nos tempos da escravidão, era mercadoria, não amor. "Abolicione" da sua vida essa idéia de que seu amor não vai errar nunca, não vai te deixar com saudade jamais e vai sempre atender seus desejos. Porque ninguém quer ser escravo de ninguém e essa ideia é o primeiro passo pra uma enorme frustração.

Nesse dia dos namorados, eu - que estou muito feliz com meu relacionamento- quero reforçar apenas que o amor é leve e faz bem. Tudo o que for o contrário disso, não é amor. Talvez, o que você tanto busca, afinal, não seja o amor - e por isso esteja tão difícil de encontrá-lo.

Pra terminar o post, uma música do meu amigo Octávio Scapin, a música de amor mais bonitinha da cidade. 



Por favor deixe de bobeira

Este amor já é mais que fato

Agora é o teu corpo no meu
Minha língua e a tua, tem-se um trato
Menina, veja na minha testa
O teu nome e a tua figura
Com meus suspiros ai, uis
O prazer é um pouco de tortura
E ainda que acabem os uis
Eu saberei que existe um ar
Que tem teu cheiro de onde nascem os cheiros
Pé de ouvido, nuca
E respira pra viver
Viverá
E verá
Que nós dois desde já
Somos chuchus empanados
Se não for de mãos dadas.






quarta-feira, 6 de junho de 2012

Conexões explícitas



           Notícia publicada na Agência Brasil (pra quem não sabe, é daí que surge a maior parte das notícias reproduzidas pelos veículos, seja TV, Rádio, Impresso ou Internet) mostra os resultados de uma pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente. A pergunta principal era: "você se preocupa com o meio ambiente?" - tema diretamente ligado ao Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho.13% dos entrevistados disseram que sim. Pra mim, na atual "sociedade da informação", onde se tem acesso a informações por todos os lados, esse percentual é muito pequeno. Mas, ainda assim, mostra crescimento. Há seis anos atrás, só 6% das pessoas diziam se preocupar com Meio Ambiente. Estamos caminhando, a passos de tartaruga,  mas caminhando. Outra conclusão que a pesquisa traz é que problemas como saúde/hospitais, violência/criminalidade, desemprego, educação e políticos estão à frente da preocupação com o meio ambiente, e este foi um dos dados que mais me chamou a atenção. Talvez a metodologia da pesquisa não tenha ajudado, não sei, mas o que eu não entendo é como as pessoas podem enxergar essas coisas de modo tão sedimentado, sendo que, em verdade, estão todas bastante interligadas.
Nós criamos uma metodologia que nos ajuda a tentar entender as coisas que nos cercam. Na escola, vemos as matérias como se fossem gavetinhas separadas. Química, física, matemática, biologia, português etc. Depois, na faculdade, a mesma coisa. Um semestre disso, outro daquilo. Aí, na fase adulta, temos duas vidas: a pessoal e a profissional. E assim nos acostumamos a pensar nas coisas como se elas estivessem de fato divididas em compartimentos. Mas elas não estão. A primeira vez que refleti sobre isso foi depois de ler dois livros "As conexões ocultas" e "Teia da Vida", do Fritjof Capra. Se um dia você me pedir a indicação de algum livro interessante que não seja romance, são os que vou indicar. Divisores de água no modo como passei a enxergar a vida.
Capra, que é físico e ambientalista, usa as páginas dos livros para explicar, por "a" mais "b", como está tudo interligado: absolutamente tudo. Se você faz uma burrada aqui, pode saber, ela vai ter consequências acolá. Se briga com seu parceiro/parceira, no dia seguinte você vai agir de modo diferente no trabalho e as pessoas vão perceber. Isso, muito provavelmente, vai afetar também seu rendimento. Se você souber português, suas chances de sair bem em outras matérias cresce, porque você vai saber interpretar melhor o que está tentando aprender. Se você usa uma sacolinha de supermercado por semana, você, sozinho, usou 52 sacolinhas por ano. Parece pouco, mas e se todos os adultos economicamente ativos do mundo fazem o mesmo? O que acontece com todas essas sacolinhas, evaporam? Não. Param, em sua maioria, no mar, isso mesmo, aquele mar longe "do Goiás", com grandes chances de ser engolida por um animal que vai morrer asfixiado por isso. Parece viagem né? Mas não é
Voltando à pesquisa, as pessoas consideram saúde mais importante do que meio ambiente. Pois bem, doenças respiratórias, por exemplo, dependem diretamente do ar que se respira, além das tendências genéticas. Se o ar do seu ambiente não está poluído, então você tende a ficar menos doente. O que fazer para poluir menos o ar? Usar menos o carro, por exemplo, o que impacta também no trânsito, que tem causado um stress danado, que tem causado doenças. É um ciclo.  
Pessoas que vivem em um ambiente saudável tendem a ser mais saudáveis. E a preocupação com o meio ambiente é justamente isso: se preocupar em melhorar a qualidade de vida (de todos, não apenas de nós, humanos), no ambiente em que vivemos. Pessoas mais saudáveis vão menos aos hospitais, que ficarão menos lotados, o que vai possibilitar um atendimento melhor à população. Uma coisa puxa a outra. 
Isso pra resumir em um exemplo, mas também é de assustar o fato de as pessoas não notarem a relação direta da criminalidade e do desemprego com a educação. Todos os fatores citados estão intrinsecamente envolvidos. 
Outro dado da pesquisa é que a maior preocupação no quesito meio ambiente é com as florestas. Sim, é uma causa bem nobre, afinal elas ajudam a regular o ar de todo o planeta (mais uma prova de que está tudo interligado). Mas isso mostra também que as pessoas têm uma visão distorcida de meio ambiente. Acham que meio ambiente é sinônimo de natureza selvagem: animais silvestres, florestas, mosquitos, rios caudalosos. Também é. Mas é mais ainda o ambiente que nos cerca: nossa casa, em primeiro lugar. Nosso condomínio. A rua. Nosso bairro. Nossa cidade. Tudo isso é meio ambiente também, e é onde mais podemos contribuir para diminuir o impacto negativo, visto que é onde vivemos.






Nós não podemos vigiar as moto-serras na Amazônia, mas podemos cobrar da administração pública que arborize a cidade e assim a mantenha. Nós não podemos salvar todas as baleias mas podemos tentar produzir menos lixo, repensando, reutilizando, reciclando. Podemos descartar o lixo no lugar certo pra evitar, além da sujeira e do aspecto porco, que bueiros se obstruam, que ruas se alaguem, que água entre nas casas, que pessoas e animais adoeçam. Nós podemos fazer várias coisas. Algumas exigem mudança de hábito (que eu sei, nem sempre é fácil). Mas outras exigem apenas bom senso, uma dose de pensamento no coletivo e educação.
A conclusão é que, quando as pessoas entenderem que as coisas não são divididas em gavetinhas e que quase tudo que elas priorizam na vida está relacionado a um meio ambiente saudável, então o número de pessoas que "se preocupam com o meio ambiente" vai crescer de maneira mais vertiginosa. 


Não sou uma guru ambiental, um exemplo total de como não causar impacto no ambiente, mas eu pelo menos penso a respeito e tento. Compartilho aqui algumas das coisas que faço:


- Moro em prédio, que tem 2 elevadores e ainda não tem o sistema inteligente, que você aperta o botão e vem só o que está mais próximo. Se no seu prédio também é assim, dê uma olhada antes de apertar o botão e escolha o que está mais próximo. Não precisa apertar os dois. Pode parecer que não faz diferença se só você fizer isso para economizar energia, mas quantas vezes no dia você sobe e desce? E quantas pessoas moram no seu prédio? E se todas fizessem? Comece! 


- Vou a pé para o trabalho. Sou privilegiadíssima por morar relativamente perto. São 20 minutos de caminhada matinal e outros 20 em um sol escaldante na volta (protetor solar e sombrinha ajudam). Poderia fazer o mesmo percurso em 5 minutos, de carro. Mas evito o stress do trânsito, evito pagar estacionamento, me exercito e ainda observo a cidade, um exercício que pode surpreender quem só a observa de dentro do carro. Ah, e é um carro a menos enchendo as ruas e poluindo ainda mais o ar - quem passa pelo centro sente o peso da fumaça dos carros/ônibus nas narinas. É demais.


- No banho: abro chuveiro, me molho, molho o cabelo. Fecho o chuveiro (siiim, até nos dias frios), passo shampoo. Abro o chuveiro, enxáguo. Fecho de novo, passo condicionador, passo sabonete e bucha. Abro o chuveiro e enxáguo tudo de uma vez só. Fim.  Fico 20 minutos no banho mas nem a metade com o chuveiro ligado (e dica pras moças: passar o condicionador primeiro, se ensaboar e enxugar depois faz com que o creme fique mais no cabelo, hidratando-o melhor).


- Máquina de lavar: ela gasta muito mais água do que a lavagem braçal, mas não vou mentir que é uma mão na roda, né? Não precisa deixar de usar, mas a água usada na lavagem das roupas (desde que você não tenha rolado 30 vezes em um campo cheio de lama ou afins) pode ser reutilizada na limpeza de sacadas, do box do banheiro e da privada. Na hora de descartar a água, pegue o cano, direcione para baldes (se prepare, você vai precisar de uns 5 baldes comuns) e voalá: a água estará pronta para reúso.






#ficamdasdicas



segunda-feira, 4 de junho de 2012

A Vivo me tirou do sério

Vou contar a história de como a Vivo conseguiu me tirar do sério.

Sou cliente pré pago há 10 anos e até então não tinha do que reclamar. Até que, um belo dia, fui olhar meu saldo de créditos e chegou uma mensagem falando de um tal "sando franquia" no valor de 40 reais. Achei estranho e resolvi ligar no teleatendimento deles, o tal do *8486. Era sábado pela manhã e não me atenderam. Então, fui à loja do Goiânia Shopping no sábado a tarde. Lá me informaram que minha conta tinha sido mudada de pré pago para plano controle no dia 10 de janeiro. Detalhe: a alteração foi pedida às 4h30 da manhã. Obviamente, nesse horário, eu estava dormindo, me preparando para trabalhar cedo no dia seguinte, porque eu tenho muito mais o que fazer na vida do que trocar de plano de celular altas horas da madrugada. 
Pois bem, informei que aquilo não foi um pedido meu, pedi que cancelassem o serviço. A moça me perguntou se tinha chegado alguma fatura, eu disse que não. Ela falou que provavelmente chegaria, porque já era 24 de fevereiro. Eu disse que não pagaria, obviamente, porque nem tinha pedido nem usado o serviço. Ela pediu para que eu escrevesse uma carta afirmando isso, e pedindo para cancelarem a fatura.
Recebi a fatura e não paguei. Liguei novamente para a Vivo pra me certificar de que o serviço tinha sido cancelado. Não tinha. Pedi novamente pra cancelarem. Finalmente, em março, cancelaram. 
Mas, é claro, a fatura chegou mais uma vez. Aí no início de maio recebo uma carta dizendo que tenho que pagar 20 reais referentes a uma conta de março (reparem que o que eles me ofereceram era um serviço de 40 reais, e cobraram 20 - isso já mostra a incoerência toda da história). Se eu não pagasse, poderiam enviar meu nome pro SPC. Lá fui eu na loja da Vivo de novo. Pedi uma cópia da carta que escrevi. Pediram prazo de 5 dias úteis. Voltei lá. Pediram mais 10 dias úteis. No dia 16 de maio, mesmo dia que pedi de novo a carta, me disseram pra ligar na Ouvidoria. Liguei, expliquei tudo, abri processo. Me ligariam 5 dias úteis depois explicando o caso. Não ligaram. 
Ligo hoje, dia 04 de junho, pra saber o que diabos tinha acontecido. Me informam que tentaram contato comigo no dia 23 de maio. Posso garantir que não tentaram. Não saí de Goiânia e só recebi ligação da Vivo pra oferecer esses pacotes dos infernos! Ainda assim, o rapaz da ouvidoria me informa que julgaram meu pedido IMPROCEDENTE. Estou indo ali ver se meu nome está no SPC por causa de um erro da Vivo, que mudou meu plano de celular SEM MEU PEDIDO, ou deixou que fizessem isso.
Vou pedir acesso à tal gravação das 4h30 da manhã do dia 10 de janeiro. Eles não gravam tudo? Devem ter gravado isso também. Eu já até cogitei pagar os 20 reais e pronto. Mas é isso mesmo que eles querem: alteram seu plano na calada da madrugada, pra ver se você deixa quieto e paga. Vai que cola? Vai que você é bobo e não reclama? E se reclamar, é só agir como se não tivesse reclamado e pronto! Simples assim. A pessoa vai desistir da dor de cabeça e vai pagar. Multiplique 20 reais por 100 mil, por exemplo. Imagina o quanto eles não ganham com isso? Joguei no Google, não sou a única que reclama da mesma coisa: alteram sua conta sem sua permissão, depois só vem a cobrança. 

SE eu tivesse pedido a mudança, não seria às 4h30 da manhã de um dia útil da semana. SE eu tivesse pedido a mudança, eu teria usado os créditos que eles me "ofereceram". SE eu tivesse pedido a mudança, estaria feliz e com certeza não teria pedido pra cancelar desde fevereiro, quando notei o ocorrido.
Estamos em junho. Até agora nada.


Tenho professores de cursinho que dizem que ADORAM quando a operadora de celular faz uma presepada dessas, porque entram na justiça, ganham a causa e, ao invés da empresa "perder" os 20 que cobraram injustamente do cliente, perde uns 3 ou 2 mil reais, porque têm que indenizá-lo. Então, vamos lá.

Outras reclamações semelhantes: 


Não sou a única.  Tá aí a prova de que a Vivo brinca com a cara dos seus clientes.

Por favor, espalhem isso ao máximo para ver se um dia eles param com essa sacanagem.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pare, olhe, observe

Essa semana o drama do filhote de gatinho que ficou preso dentro de um motor de carro em Rio Verde, interior de Goiás, ficou famoso em todo o Brasil e teve repercussão até mesmo em jornais internacionais. Sem entrar no mérito da discussão se essa repercussão toda faz sentido ou não, essa história, que infelizmente não terminou com um final feliz, deixa uma lição importante.
O dono do carro em questão percebeu que o motor estava com a potência fraca, não estava normal. Então, ele parou o carro e achou o felino lá, entalado. Já pararam pra pensar na dor que o gatinho sentiu? Imaginaram como é estar dentro de um motor? Só de pensar tenho vontade de chorar. Ele ainda aguentou muito. O dono do carro fez o certo ao pegar a peça e correr para o Corpo de Bombeiros, que tiraram o bichano de lá e o encaminharam para atendimento veterinário. Um pedaço do intestino do bichinho foi sugado pelo motor (ai), ele estava desnutrido e, pra piorar, era novinho demais. Acabou não resistindo e morreu - o alento é que, pelo menos, agora ele não deve estar sentindo mais a dor monstruosa que ele sentiu.
Pois bem, a lição a que eu me referi acima é a seguinte: cães e gatos de rua sentem frio. Muitos acham que não, que a pelagem e o couro deles aquece. Pode ser, mas se sabe que não aquece o suficiente, dependendo da temperatura. Tanto é que é MUITO COMUM cães e gatos se abrigarem embaixo de carros, ou em cima de suas rodas ou, como no caso, perto (ou mesmo dentro) do motor. É porque ali está quentinho, e, obviamente, eles não entendem o perigo que isso representa.
Nós, que somos os tais seres pensantes dessa relação, é que temos que ter o cuidado de observar, principalmente em períodos frios, se há algum animal debaixo do carro. O alerta é mais válido ainda pra quem tem costume de estacionar nas ruas. 
Os próprios bombeiros de Rio Verde confirmaram que essa não é a primeira ocorrência que eles atendem envolvendo acidentes com animais que se alojam debaixo de carros. Antes mesmo desse episódio, uma campanha fazendo esse alerta já estava rodando no Facebook, iniciativa bacana de uma seguradora de veículos. 





Então, fica a dica. Dê uma agachadinha e olhe em volta do seu carro antes de dar a partida no motor e sair. Ou então faça bastante barulho para o animal perceber. Esse gesto simples pode ajudar a salvar uma vida que só estava ali em busca de calor - que possivelmente nunca teve a chance de receber das mãos de um ser humano.