Tenho fama de pão dura. A verdade é que sou econômica. E é esse meu jeito econômico, herdado da minha mãe, que faz com que eu consiga realizar algumas proezas, mesmo não ganhando muito e sem pedir dinheiro para os meus pais (coisa que não faço desde os 18 anos de idade). Se posso pagar R$3 em algo, por que vou pagar R$5? Essa é sempre a minha lógica. Também não me importo muito com marcas, nem de roupa, nem de acessórios, nem de carro, nem de nada. Tenho até uma certa tendência a achar bobo quem valoriza muito isso, como se a pessoa não se tocasse que aquele preço que ela tá pagando não é pelo produto em si, mas sim pela publicidade envolvida. Eu gosto de ter ou comprar as coisas por sua funcionalidade. Se é carro e tá andando, beleza. Se é relógio e tá marcando as horas, perfeito.
Já atestei que nem sempre preço significa qualidade. Tenho calças que estão há anos (uns 8) no meu guarda roupa e que custaram R$35,00. Não tenho problemas em usar coisas de segunda mão, pelo contrário. Como fui durante anos a mais nova das primas, ganhei muita coisa usada, mas em bom estado, e adoro!!
Enfim, essa introdução toda é só para contar da minha proeza do último feriado. Aproveitei a tarde de sexta feira de folga e fui ao cinema com o namorado. Depois, lanchamos um salgado e um suco. Sabe quanto o programa custou? R$5,50. Não, não tá faltando nenhum zero ali. E nem estou falando do início dos anos 2000 (quando ir ao cinema e comer uma promo do McDonalds custava R$10,00, quem lembra?) Foi isso mesmo. Cinco dilmas reais e cinquenta centavos.
Como isso foi possível? Seguinte: assistimos ao filme no Cine Ouro, que pra quem não sabe, tem umas mostras bem bacanas de cinema "alternativo", ou seja, produções não hollywoodianas, de vários países. Na ocasião, tava rolando uma mostra de cinema africano e o filme, produzido em Burkina Faso, com diálogos em francês, se chamava "Amor, sexo e mobilete". Uma graça. O ingresso de cada um custou R$2,00. Depois da sessão, descemos dois quarteirões e fomos a uma salgaderia na rua 4, perto da esquina da Páginas Antigas. O salgado, de tamanho médio (nem grande, nem pequeno) custa R$0,50. Cada um comeu um americano de salsicha e dividimos o suco de limão, daqueles de máquina, que custa o mesmo que o salgado. Ah, na verdade gastamos R$6,40, porque pagamos 90 cents da área azul pra estacionar no centro.
No dia anterior, tínhamos ido ao cinema em um shopping. Era feriado. Não pagamos estacionamento porque fomos a pé, eu tinha um ingresso que ganhei em uma promoção e o namorado pagou meia entrada. A meia, sozinha, custou R$9,00. Assistimos "O Corvo", filme também muito bom. A conclusão é de que nem sempre precisamos fazer as mesmas coisas, ir aos mesmos lugares. Dá para explorar coisas novas gastando pouco. E eu sou dessas que, quando acha uma coisa baratex e bacana, fica toda orgulhosa (o exato oposto de quem ostenta um big relógio de mil reais, por exemplo. Esse tipo de coisa jamais me impressiona).
Só tem uma coisa com a qual eu sou mão aberta: viagens. Na verdade, junto tudo que posso no dia a dia (até moedinhas) para poder viajar em feriados (raros em que não trabalho) e férias. Estou em um desses momentos de juntar para viajar, em julho. Vai ser uma viagem cara, mas vou conseguir pagar tudo sozinha (e, depois de quase dois anos sem férias, eu mereço). É assim que consegui fazer meu intercâmbio, por exemplo. Não deixo de me divertir nem de sair, só tento explorar alternativas mais viáveis e compatíveis com o que eu tenho. Ah, o fato de não ser consumista também é uma mão na roda!! Para quem se interessou, fica a dica: o Cine Ouro, em Goiânia, tem uma programação de cinema e de teatro muito boas!