sexta-feira, 25 de maio de 2012

Você também pode ajudar

Sabe quando você passa por um cachorro na rua, deitado, amuado, claramente abandonado? Muita gente passa, fica com pena e dois segundos depois esquece. Você pegaria esse animal, levaria para o veterinário, arcaria com custos, o receberia em sua casa ou mobilizaria amigos e família para acolhê-lo e cuidaria dele até que ele encontrasse um lar definitivo? Parece absurdo, não é? Mas muita, muita gente em Goiânia faz isso. Estou falando de protetores independentes, que não estão ligados diretamente a nenhuma ONG ou grupo de proteção animal, mas não conseguem se omitir diante do abandono, da fome, do frio e da dor desses animais. Esses protetores independentes têm crescido e aparecido, principalmente nas redes sociais. Muita gente já fazia isso antes de orkuts e facebooks, mas em geral não ficávamos sabendo. Agora podemos ficar sabendo e, melhor, podemos ajudar.

Goiânia tem um sério problema em relação ao trato com animais. Infelizmente o poder público não se digna nem a doar uma área para que a Aspaan (Associação de Protetores e Amigos dos Animais Goiânia), por exemplo, abrigue os mais de 100 animais lá acolhidos. O grupo vai perder seu atual espaço em novembro, porque ele foi vendido. Depois disso, sabe-se lá o que acontecerá. E o poder público não ajuda o trabalho (que deveria ser feito por ele mesmo, veja bem) nem com um centavo. Aí você pensa "mas Goiânia tem o centro de Zoonoses". Você sabe o que acontece com cachorros que vão para o chamado CCZ? Eles não vivem felizes em um local quentinho até que alguém os adote. O CCZ Goiânia não tem promovido feiras de adoção e nem castrações gratuitas, como é possível observar em CCZs de outras capitais e até mesmo em cidades menores. O cão ou gato simplesmente fica lá por 3 dias aguardando alguém buscar, e se não acontecer... bom, eles viram "estrelinhas", como os protetores de animais gostam de dizer. É triste. Estamos falando de mais de mil animais mortos por ano. E enquanto matam todos eles, o dobro deles nasce por aí, por causa de donos irresponsáveis que, além de não castrarem, ainda deixam seus animais soltos. Aí eles "pegam barriga" e, sem dó nem piedade, ligam para o CCZ ir buscar. Vejo casos desse diariamente. Quem quiser comprovar, me avisa que eu adiciono no facebook a um grupo que discute essas questões.

Afinal, isso adianta para o controle animal? O tal controle de zoonoses? Não, isso é apenas cruel e inócuo. Sem EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS E COMUNIDADES e CASTRAÇÃO EM MASSA, nada mais adianta.
E quem fica sobrecarregado são as ONGs e os protetores independentes. São tantos os animais em estado de abandono em Goiânia que alguns desses protetores decidiram fazer uma feira, com foco em filhotes, mas tem também animais adultos. Em pouco mais de 2 semanas de organização, 100 animais foram inscritos por pessoas que, como eu citei no início do texto, não conseguem ficar indiferentes a essa questão e oferecem lar temporário e tratamento para os animais de rua. Veja bem, em duas semanas, 100 animais cadastrados. É muita coisa.Mas, para que a feira dê certo, é preciso divulgação! Este é o panfleto do evento:



A feira acontece domingo, dia 27, das 9h00 às 13h00, na Avenida Altamiro de Moura Pacheco, nº 109, Setor Cidade Jardim (próximo ao Hipódromo e ao Detran). Como são animais abandonados, em sua maioria são vira latinhas mesmo, daqueles mais sapecas e carinhosos impossível! Eles são animais vermifugados, vacinados e castrados (ou com vale castração). Mas não é qualquer um que chega adotando, afinal, um dono irresponsável vai, no máximo, abandonar o animal depois. É preciso ser maior de 18 anos, pagar uma taxa de 30 reais para ajudar na organização de outras feiras (taxa irrisória perto dos gastos que quem pegou o animal para cuidar teve até o momento de sua adoção) e preencher um termo de responsabilidade sobre o animal. O acompanhamento também é feito depois das adoções.

Ajudem a divulgar a feira, pode ser que algum parente ou amigo ou mesmo conhecido seu esteja querendo adotar um animal! Mas é sempre bom reforçar: animais mordem coisas, querem passear, fazem xixi/cocô, precisam ser educados e dependem de você. São como crianças mesmo. É preciso ter amor e paciência. Caso contrário, o mais indicado é comprar um bicho de pelúcia. Adoção tem que ser um ato cercado de responsabilidade, só assim essa triste realidade que expliquei por aqui pode começar a mudar.

Não dá pra ir na feirinha mas você quer adotar um animal em Gyn? Então vai a dica: no facebook tem a página da "Adote Animais Goiânia", com fotos e perfil dos animais disponíveis para adoção. O mesmo acontece na página das Protetoras Independentes de Goiânia. O Grupo Hammã tem animais de grande porte e no site da Aspaan você pode entrar em contato para conhecer os animais disponíveis no abrigo. Opções não faltam!

Aqui vai uma foto da minha July, adotada há 13 anos. Ela morava com uma senhora que passava o dia todo fora e a prendia no banheiro. Se ela fizesse xixi fora do jornal, apanhava. Minha tia, observando a situação, pediu pra ficar com a cachorra (já que a mulher claramente não se importava com ela) e, um dia, visitando essa tia, conhecemos a July e nos apaixonamos. Ela chegou tão medrosa em casa que não fazia nem xixi nem cocô aqui, e assim continua até hoje. Quando fica doente, ou quando chove e não tem como sair pra passear com ela na chuva, ela até faz por aqui, mas fica morrendo de vergonha e se enfia embaixo da cama. Tudo trauma por ter sido mal tratada quando pequena. Há 13 anos, ela apareceu no nosso caminho e ganhou uma família que a ama muito, vai cuidar dela até o fim, sem nunca desampará-la. Isso é o que eu acho que todos os animais merecem. O amor tão puro que eles te dão de volta não tem preço.





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