quarta-feira, 30 de maio de 2012

A arte de não gastar




Tenho fama de pão dura. A verdade é que sou econômica. E é esse meu jeito econômico, herdado da minha mãe, que faz com que eu consiga realizar algumas proezas, mesmo não ganhando muito e sem pedir dinheiro para os meus pais (coisa que não faço desde os 18 anos de idade). Se posso pagar R$3  em algo, por que vou pagar R$5? Essa é sempre a minha lógica. Também não me importo muito com marcas, nem de roupa, nem de acessórios, nem de carro, nem de nada. Tenho até uma certa tendência a achar bobo quem valoriza muito isso, como se a pessoa não se tocasse que aquele preço que ela tá pagando não é pelo produto em si, mas sim pela publicidade envolvida. Eu gosto de ter ou comprar as coisas por sua funcionalidade. Se é carro e tá andando, beleza. Se é relógio e tá marcando as horas, perfeito.
Já atestei que nem sempre preço significa qualidade. Tenho calças que estão há anos (uns 8) no meu guarda roupa e que custaram R$35,00. Não tenho problemas em usar coisas de segunda mão, pelo contrário. Como fui durante anos a mais nova das primas, ganhei  muita coisa usada, mas em bom estado, e adoro!!
Enfim, essa introdução toda é só para contar da minha proeza do último feriado. Aproveitei a tarde de sexta feira de folga e fui  ao cinema com o namorado. Depois, lanchamos um salgado e um suco. Sabe quanto o programa custou? R$5,50. Não, não tá faltando nenhum zero ali. E nem estou falando do início dos anos 2000 (quando ir ao cinema e comer uma promo do McDonalds custava R$10,00, quem lembra?) Foi isso mesmo. Cinco dilmas reais e cinquenta centavos.
Como isso foi possível? Seguinte: assistimos ao filme no Cine Ouro, que pra quem não sabe, tem umas mostras  bem bacanas de cinema "alternativo", ou seja, produções não hollywoodianas, de vários países. Na ocasião, tava rolando uma mostra de cinema africano e o filme, produzido em Burkina Faso, com diálogos em francês, se chamava "Amor, sexo e mobilete". Uma graça. O ingresso de cada um custou R$2,00. Depois da sessão, descemos dois quarteirões e fomos a uma salgaderia na rua 4, perto da esquina da Páginas Antigas. O salgado, de tamanho médio (nem grande, nem pequeno) custa R$0,50. Cada um comeu um americano de salsicha e dividimos o suco de limão, daqueles de máquina, que custa o mesmo que o salgado. Ah, na verdade gastamos R$6,40, porque pagamos 90 cents da área azul pra estacionar no centro. 
No dia anterior, tínhamos ido ao cinema em um shopping. Era feriado. Não pagamos estacionamento porque fomos a pé, eu tinha um ingresso que ganhei em uma promoção e o namorado pagou meia entrada. A meia, sozinha, custou R$9,00. Assistimos "O Corvo", filme também muito bom. A conclusão é de  que nem sempre precisamos fazer as mesmas coisas, ir aos mesmos lugares. Dá para explorar coisas novas gastando pouco. E eu sou dessas que, quando acha uma coisa baratex e bacana, fica toda orgulhosa (o exato oposto de quem ostenta um big relógio de mil reais, por exemplo. Esse tipo de coisa jamais me impressiona).
Só tem uma coisa com a qual eu sou mão aberta: viagens. Na verdade, junto tudo que posso no dia a dia (até moedinhas) para poder viajar em feriados (raros em que não trabalho) e férias. Estou em um desses momentos de juntar para viajar, em julho. Vai ser uma viagem cara, mas vou conseguir pagar tudo sozinha (e, depois de quase dois anos sem férias, eu mereço). É assim que consegui fazer meu intercâmbio, por exemplo. Não deixo de me divertir nem de sair, só tento explorar alternativas mais viáveis e compatíveis com o que eu tenho. Ah, o fato de não ser consumista também é uma mão na roda!! Para quem se interessou, fica a dica: o Cine Ouro, em Goiânia, tem uma programação de cinema e de teatro muito boas! 


2 comentários:

Cristina Roriz disse...

Com algumas coisas eu sou mão de vaca, mas outras eu sou mão aberta (comida =\)! Acho legal quem consegue economizar, na verdade sinto até inveja. Tenho muuuuita dificuldade em juntar dinheiro, e nesse momento (casamento) eu deveria estar juntando até os centavinhos.

Você sabe fazer suas economias de um jeito muito legal. Nunca deixou de fazer nada!!!

Beijos

Cris

Ludmila Catani disse...

Acho que dinheiro em qualquer "meio" é um assunto polêmico, pois envolve vários pontos de vista, personalidade e etc.. Mas let´s talk: Também sou econômica, adoro pesquisar preços e lugares (não é atoa que tenho o blog e a "fama" de pechincheira). Sou daquelas que implora desconto em lojas, ou então junto dinheiro vários meses só p/ ter o prazer de poder comprar a vista e ganhar uns 10 reais de desconto. hehehe Na verdade, como você disse acredito que isso é de CRIAÇÃO.. aliás acho que criar filhos não é brincar de "boneca" como o pessoal pensa (assunto para um próximo post, hein). Meus pais são extremamente farturentos em relação a comida! Meu pai não consegue comprar 2kg´s de carne, compra 10/15 kg´s só pq tava na promoção, ou então pq o produto estava com uma excelente qualidade, por um outro lado.. ele já ODEIA comprar roupas para ele e tb n gosta de ganhar presentes. Meu pai é o típico homem que só faz compras anualmente, vai na loja e compra 4 calças, 10 camisas e pronto.. até ano que vem. Minha mãe já é a mulher que se valoriza, aliás valoriza a qualidade. Quando digo isso é pq assim como você, não gostamos de ser exploradas. Posso até pagar caro, mas que me provem que seja de EXTREMA qualidade. Não me importo em usar bijus de Champs (lê-se Campinas), Sandálias de Feira. Mas eu fico horas vendo os produtos e mais ainda analisando a qualidade. Como você já sabe, sou representante comercial de aviamentos p/ confecções e atacados, ou seja, atendo clientes desde "Feira Hippie", até Shopping´s e "exportação". Sei quanto custa um zíper, um botão, entretela, jeans, TUDO! Baseado nisso olho o benefício preço X qualidade, afinal são matérias-primas diferentes. Clientes e PERFIS de CONSUMIDOR diferentes. Já comprei várias blusinhas de 5/10 reais que não duraram um mês, como também já comprei blusas de 50 reais que não duraram na primeira lavada. Acho que esse ponto de vista preço X qualidade tem 1019089018 variáveis no meio, por isso eu penso com mais cautela nesse raciocínio. Assim como você.. adoro viajar mas não tenho um planejamento estratégico para gastar um dinheiro dessa forma, apenas guardo! O que vou fazer? Não sei. As vezes eu me permito.. permito comer algo mais caro, permito escolher um vestido que apaixonei, permito escolher um anel e por aí vai! Quase nada de marca, apenas diferente e bonito. Mas eu entendo a sua fama e mais ainda tento respeitar a sua "personalidade", pois confesso esse seu perfil de "pão dura" ou "econômica" já me atingiu e incomodou, mas depois eu fui saber da sua história e te conhecer, e vi que era algo extremamente compreensível. Se olharmos por um outro ângulo, acredito que a sua economia é em certo ponto, exemplo para nós. Beijos, Lud!