segunda-feira, 2 de julho de 2012

Enfim, férias

"Quem não gosta de férias, bom sujeito não é, é ruim da cabeça, ou doente do pé"... parafraseando a música do Dorival Caymmi, pra ficar mais a minha cara. Também gosto de samba, mas de férias... ah, as férias.
Férias pra mim é a síntese de como a vida, se fosse justa, deveria ser. Deveríamos trabalhar um mês e  ter férias de 11 meses. Claro que isso é inimaginável dentro de uma sociedade organizada do modo que a nossa é, com dependência do dinheiro, venda da força de trabalho etc,  mas que seria digno, ah, seria.
Eu entrei hoje de férias. Ok, muita gente entra de férias em julho. Mas meu caso é diferente porque não são quaisquer férias, são as primeiras férias profissionais. Ai que adulta!
Nada melhor do que o período de faculdade. Eu chegava a ficar 3 meses seguidos de férias: dezembro, janeiro e fevereiro - quando o carnaval caía mais tarde e, para a nossa alegria, tudo emendava. Ainda tinha a pausa de julho.
Vida de universitário é uma delícia! Juro que nunca me entendiava. Podia comer, dormir, dormir, comer por dias a fio, e não reclamava (ao contrário de muita gente que conheço, que fica uma semana de férias e dá pinimba pra fazer algo "obrigatório". Passo longe de ser desse time meio workaholic). Mas aí tem aquela né, se você é universitário e se dedica só a isso, falta grana pra gastar nesses 4 meses de férias por ano. Se você faz estágio, continua faltando grana. Tem quem trabalhe normalmente e faça faculdade junto. Mas esses têm férias de verdade só uma vez por ano, como todo trabalhador comum desse país (menos algumas carreiras do Direito) e o pior, pode ser que as férias não coincidam. Uó.
Eu saí desse mundo de 4 meses de férias por ano, mas sem muita grana, para o mundo do ter seu próprio dinheirinho (inho) no fim do mês, mas ter só um mês de férias. E o pior: eu fiquei um ano e meio sem férias. Sim, desde 2 de janeiro de 2011 estou trabalhando sem férias e sem alguns feriados e fins de semana também. Foi um choque daqueles. Nos últimos três meses, eu sentia que a panelinha de pressão na minha cabeça ia estourar. Terrível. Mas conheço gente que, pulando de um emprego pra outro, está há anos sem tirar férias. Isso teria um impacto muito grande em mim, e juro, poderia estar ganhando rios de dinheiro, mas se fosse pra ficar 2, 3 anos sem férias, não toparia.
Todo mundo precisa de um tempo sem muitas obrigações. De poder deitar no meio da tarde no sofá e ler um livro. De poder dormir até o corpo não aguentar mais (primeira coisa que fiz nessas férias, hehe). Todo mundo tem que poder ir, pelo menos uma vez ao ano, no cinema em horário comercial. E, pra mim, mais importante de tudo, todo mundo tem que poder viajar, seja pra cidade vizinha, pra roça, pra outro Estado, pra outro país. E viajar de verdade, não aquele bate-volta dos fins de semana e feriado.
Eu amo férias porque nelas eu posso viajar muito. Com ou sem muito dinheiro, é só encaixar o tipo de programa ao bolso. Mas mudar de ares, mudar de paisagem, nesse mundo deeeeesse tamanho, para mim é fundamental. É o que eu vou fazer durante o mês todo. Vou reencontrar amigos da época do meu intercâmbio, daqui e de fora do país. Esse tempo todo sem férias serviu para uma coisa: juntar dinheiro para poder viajar quando as férias, enfim, chegassem. É o que dá sentido a toda essa labuta, além de cobrir os gastos do dia a dia.
Vou aproveitar cada segundinho e tentar trazer depois algumas dicas de viagens, de lugares que passei, de coisas bacanas que vi por aí. E se pintar vontade, escrevo durante as férias mesmo. Mas só se pintar vontade: obrigação, nas férias, só de comer e dormir.




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