sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O que a escola deveria ensinar

Sei que não sou a primeira nem serei a última a concluir que o currículo escolar como era no meu tempo (aqui devo admitir que saí da escola já há quase 10 anos, uow!) e, ainda hoje, é um tanto defasado. Ou inadequado. Ou ambos.

O deputado federal e ex-boleiro Romário propôs que a Constituição seja estudada em sala de aula. Cheguei à mesma conclusão depois de frequentar o preparatório para concursos. Eu tenho certeza que o país seria outro se as pessoas conhecessem seus direitos desde pequenas.  Isso é imprescindível para que  se possa ser um cidadão pleno. Para questionar ilegalidades óbvias, para se impor.  A Constituição é só o primeiro exemplo. Coisas que as crianças vão realmente precisar no futuro, independente da carreira que escolherem, deveriam ser ensinadas nas escolas. 
A piadinha rola no Facebook. Eu também nunca a usei, mas porque sou jornalista e nunca precisei. Quem escolheu outros caminhos pode precisar dela e é bom que na escola se tenha noção do todo para que se faça uma escolha melhor embasada da carreira a seguir, mas não pode ser só isso. Educar para a vida não pode se restringir a educar para o vestibular (ou Enem, atualmente). E nem estou entrando em mérito de valores, que muitas vezes perpassam por posicionamento político em sala de aula. Mas é preciso ensinar na escola o que todos vão usar na vida. Nesse sentido, seguem outras coisas que acho que as escolas deveriam ensinar:

- Sistema eleitoral brasileiro. O que adianta poder votar ainda no ensino médio sendo que pouco se estuda sobre as funções e responsabildiades de cada um dos cargos eletivos? O funcionamento de partidos políticos também é algo a se tratar - quem sabe assim, alguém questiona essa farra instaurada?

- Conhecimentos bancários. Cedo ou tarde quase todo mundo terá uma conta de banco, seja pra fazer poupança, seja pra receber o salário. E/ou um cartão de crédito. Acho que seria bacana conhecer o básico sobre isso desde pequeno. Talvez pudesse entrar junto com matemática financeira. Quem sabe assim menos gente se embolaria em prestações a perder de vista? Ah, aqui poderia entrar também o tal do Imposto de Renda. Ô coisinha complexa, né?

- Noções de direção e comportamento/legislação de trânsito. As escolas até passam por esses temas, mas esporadicamente, em eventos especiais, e acho que isso deveria ser parte da grade fixa. Mas não só algo voltado para carros: discussão real da mobilidade nos grandes centros urbanos também deveria ser rotina nas escolas.

- Planejamento familiar. Sim, por que não? Nessa parte o governo é totalmente omisso. Me lembro sempre da época em que tentei pautar isso em uma entrevista na rádio em que trabalhei e simplesmente não tinha nenhuma fonte oficial sobre o assunto. Não que fontes oficiais são as únicas credenciadas a falar de algo, mas isso demonstra o quanto o assunto é tabu e é ignorado. Aí tem adultos que não dão conta nem de si mesmos e acabam tendo filhos mesmo assim, o que gera uma série de questões como abortos clandestinos, abandono de menores etc. Parece que o que reina é a mentalidade "tenha filhos, quantos quiser e puder, é natural". Sim, é natural, mas é preciso, pelo menos, fazer se pensar sobre o assunto e as responsabilidades que a maternidade/paternidade trazem. É uma criança, afinal, não um brinquedo.

- Programação/Informática. Minha gente, tudo é online hoje em dia, não adianta negar. Quisera eu ter aprendido na escola o básico sobre isso. Minhas aulas de informática se resumiam a joguinhos em CDs ROM. Sim, sou desse tempo. E eu acho que saber sobre programação não é algo que só programadores ou engenheiros da computação deveriam saber. Todo mundo usa a rede, noções básicas de seu funcionamento são essenciais.

 
Esses são os seis exemplos que me ocorrem no momento. Algo mais?

Um comentário:

Unknown disse...

Tenho certeza de que se ensinassem nutrição na escola as filas do SUS não seriam tão grandes e nem teria tanta gente precisando de remédio. E também é essencial que se ensine critica da mídia.