sábado, 9 de janeiro de 2010

Mind the Gap!

Metrô, Ibis, Madame Tussaud, queijos e cocas

A chegada em Londres foi cansêra. Chegamos de trem na Victória Station, bem no centrao. De lá, analisando o mapinha do metrô, percebemos o quanto o nosso Hotel Ibis (London Docklands) era longe.. Depois de muito penar e pedir informacoes sobre tickets, compramos um ticket de ida e fomos (4 pounds). Ao subir e descer dos metrôs, a voz masculina 'Mind the Gap' ressoava. Tivemos que trocar de metrô pra DLR, um outro tipo de linha que passa por cima da cidade, nao por baixo. O complicado mesmo eram as malas. E estava todo mundo bastante cansado, com frio, fome e afins. Mas chegamos bem. Comemos alguma coisa no hotel, e depois os ainda animados, como eu, foram dar umas voltas. Alguns restaurantes bem caros na redondeza, e um mini mercado que estava fechado. Nada de wireless free. Fiquei meio puta da vida por isso, afinal, em um Hostel, que é bem mais barato, é comum ter wireless, por que em um Hotel nao tem? Pao duragem!!
No dia seguinte reparei na vista do quarto.. posso dizer que tive sorte com a vista dos lugares em que me hospedei...
Tomamos café da manha no mercadinho e fomos pro centro. De novo a voz masculina 'Mind the Gap'. A primeira coisa a resolver eram problemas bancários na agência do BB londrina.


Demorou pra caramba. Umas duas horas. Depois comemos fast food e fomos pro tal do Madame Tussaud, o museu de cera. Uma fila nao muito atrativa nos esperava por ali. E quando finalmente entramos no prédio do museu, um aviso 'deste ponto em diante mais 60 minutos'. Ahn? Nao podia ser. Eu nem quis acreditar. Mas aí o tempo ia passando, e passando, e a fila andando devagar pra caramba.

Pequena fila do Madame Tussaud

Puro ânimo depois de 2 hrs na fila

A Madame Tussaud era uma senhora que viveu no século 18. Ela pegava as cabecas das 'celebridades' degoladas e fazia cópias de cera. Uma coisa meio bizarra, mas interessante. Rolam exposicoes temáticas, como esportistas, gênios da ciência, pintores, cantores, atores, políticos...

Dispensa legendas

Van Gogh

Branca, o Schrek e eu

Pelé representando o Brasil

Gandhi, uma das estátuas mais parecidas

Mas nao tinha o Jude Law nem a Penélope Cruz nem a Natalie Portman! Nem o Harry Potter!! E nas estátuas, kilos de pessoas querendo tirar fotos, e conseguir tirá-las era quase um desafio. Mas tudo tem seu lado bom... gostei dos joguinhos interativos da sala de esportes e da parte de terror, com atores vivos. Gritei e apertei os bracos da Branca até. Mas no geral, fiquei meio decepcionada. Em resumo: 2 horas de fila. 25 valiosos pounds. Um museu com uma proposta interessante, mas acho que a cansêra pra entrar tirou muito do glamour da coisa, e no final estava todo mundo meio decepcionado, com a sensacao de que nao valeu a pena, de que pelo preco, pela espera, e pela fama, a coisa deveria ser mais interessante. Eu nao recomendo. Se você viajar a Londres com pouco tempo, visite tudo que tiver que visitar e, se sobrar tempo, vá no Tussaud. Mas só se sobrar tempo. Esse é meu conselho. Saímos exaustos do museu e fomos direto pro Hotel. Sem nos esquecer: 'Mind the Gap'
Passamos no mercadinho e compramos queijos. A proposta era fazer um 'queijos e vinhos', mas acabou rolando mesmo foi um queijos e cocas, o que também foi bacana. Nao tem frigobar no Ibis que ficamos, mas nao tem problema. A coca ficou geladinha mesmo assim. O segredo? Uma sacola plástica pendurada na janela, pro lado de fora. Londres e seus graus negativos foram nossa geladeira improvisada super ecológica e eficiente. Assim também mantive os salames e queijos que comprei pra comer com pao e toddynho (falsificado, claro), no café da manha.

London turística, barcos e bons imprevistos

A programacao do dia 31 foi sugestao minha: um cruzeiro de barco pelo Tâmisa. Já fiz isso em Regensburg, em Amsterdam e queria muito fazer em Londres. Mas antes de pegarmos o barquinho, demos uma passeada pelos principais pontos turísticos Londrinos. Descemos na Westminster e, assim que saímos da estacao, demos de cara com o Big Ben. Muito bonito.

Big Ben

Indo pra direita, encontramos Igrejas enormes, o Tribunal de Justica inglês e um prédio que deveria ser alguma reparticao pública. Muito bonito. O charme de Londres sao as construcoes antigas imponentes misturadas às construcoes modernas.

O antigo...

e o moderno

Ali na praca, um grupo protestava pedindo para que as pessoas parassem de comprar no Tesco, carinhosamente conhecido como Tosco, a rede de supermercados que brota que nem praga na Inglaterra. Toda esquina tem um.


Protesto

Um bom ângulo de Londres

Depois de cumprir a cartilha do visitante de Londres ali perto da Westminster Bridge, compramos o ticket do barquinho por inusitados 6,30 pounds. Na internet era bem mais caro (o dobro). Rolou também um desconto bacana por termos tickets diários do metrô, que pra zona 1 custa 5,30 pounds, pra zona 1 e 2, onde ficava nosso hotel, 6,30. O barquinho demorou mas chegou.


Vista do cruzeiro no Tâmisa

Escondendo a London Bridge


Agora sim

A proposta era de um cruzeiro circular, que ia até a London Bridge e voltava. Dali pudemos observar a beleza e a imponência de Londres. Na London Bridge, o barco parou e muita gente desceu. Nós continuamos por ali mesmo. Aí deu-se o inusitado. O barco nao voltou pro ponto de partida, como estava escrito no mapa. Continuou seguindo na direcao contrária. Ok, ele deve dar a volta mais à frente, pensei comigo mesma. E estava feliz, com frio e sorridente tirando fotos na parte descoberta do barco quando o senhor veio olhar nossos tickets. Eu tinha deixado o meu na parte coberta, em baixo, e corri lá pra pegar. Quando estava voltando, o Carlos fez sinal pra eu ficar quietinha, porque tinha dado merda. Nós deveríamos ter descido na London Bridge também. Nosso ticket nao valia mais pro local aonde estávamos indo... Rolou uma leve tensao. Ninguém explicou que tinha que descer do barquinho e pegar outro. O cruzeiro chama 'Circular Cruize', no mapa tá mostrando que ele vai e volta... so, what the hell?? O Carlao contou que fingiu que nao entendia inglês, mas que o cara disse que ele poderia ser punido por ter continuado no barco. Tensao. Ficamos na dúvida se perguntávamos o que estava acontecendo ou nao. Estávamos cada vez mais distantes do centro de Londres, indo sei lá pra onde. Como a Branca disse, 'agorinha a gente vê o Cristo Redentor'. Aí o barco parou de novo. Discutimos se ficávamos ou se descíamos, eu queria perguntar, a maioria do pessoal queria ficar, mas aí eu, cabeca dura, fui lá averiguar a situacao, aí ouvi uma senhora perguntando quanto custava pra voltar. '20 pounds'. Contei pra todo mundo e saimos ligeirinhos do barco antes de ter que pagar algo extra. Tinhamos chegado, sem querer, aonde existe a linha imaginária de Greenwich. Foi bacana porque, nao fosse esse acidente de percurso, nao teríamos ido conhecer a regiao. Tinha uma feirinha bem charmosa, meio que um 'mercado de pulgas' muito interessante, com antiguidades, coisas artísticas, roupas indianas.. Demos uma andada por lá, depois paramos pra comer em um restaurante italiano. Comi 'A' lasagna que eu estava com desejo de comer já há alguns meses.

A Lasagna

Depois tentamos ir ao observatório de Greenwich, mas infelizmente estava fechado. Pegamos o metrô até a Victória Station, (Mind the Gap) onde nos encontraríamos com a Cris, o Lêu, a Alice, amiga da Cris, e a Aline, amiga da Alice. Enquanto esperávamos na estacao, reparávamos na roupa das pessoas. Fazia bastante frio. Mas a quantidade de mulheres com vestidos curtíssimos, sem meia calca nem nada, era enorme. Piriguete nao sente frio em Goiânia a gente até entende, mas em Londres?? Seguimos pra Trafagal Square, lotada. Enquanto o Big Ben nao badalava, ficamos cantando músicas pra animar e esquentar, porque estava fazendo muito frio. Uma ucraniana perguntou se eramos brasileiros. Respondemos que sim e ela pediu pra cantarmos 'Chooooooooorando se foi quem um dia só me fez chorar!' Que coisa é essa, pensei comigo mesma. Primeiro no pub em Amsterdam, agora uma ucraniana pede pra gente cantar? Aí ela explicou que essa música fez um sucesso absuuurdo na Ucrânia. Ahn? Aí comecamos a cantar, a pedido dela, e ela e a família cantaram junto, e eu nao conseguia parar de rir! Meu Deus, chorando se foi sucesso internacional! Nunca imaginaria!

Trafagal Square, vê o Big Ben lááááá no fundo?

Aí 2009 acabou! E tudo que conseguimos ver foi fumaca. Do nosso ângulo nao deu pra ver os fogos. Mas tudo bem. Já tinha sido uma experiência e tanto. Aí corremos pra pegar o metrô, que estava funcionando gratuitamente na madrugada da virada. Lotado, claro. 'Mind the Gap'. E antes de chegarmos na estacao, comecou a nevar. Muito bacana!

Primeira foto do ano: apenas uma tentativa

Fomos entao pra casa da Alice, comer arroz com lentilha. Eu só comi umas colheiradas que o Octávio me deu, porque estava no Skype conversando com a família, acalmando a mamae chorona. Deu um aperto no peito...

O primeiro dia do ano

Acordei depois de uma da tarde, bem do jeito que eu gosto. Dei uma olhada na janela e estava fazendo um sol ainda inédito pra mim em Londres. O dia estava magicamente lindo. Presságios de um bom ano?

Sol em Londres no 1° de Janeiro

Da ponte perto do Ibis, tomando um 7up de cereja

Os planos eram de ir na Abbey Road, atravessar a rua que os Beatles atravessaram pra foto da capa do CD que tem a música mais legal de todas, Here comes the sun.
Pena que em Londres anoitecia as 4 (assim como em todo o resto da Europa no inverno), entao até nós nos arrumarmos, comermos, etc, já era de noite. Mas mesmo assim, isso nao tirou o encanto da coisa. O bairro em que fica a Abbey Road é encantador. Chegando no local, constatamos a óbvia presenca de mais fans dos Beatles tentando tirar fotos por ali também.

A Abbey Road

Os carros chegam a diminuir a velocidade e às vezes até esperam as fotos serem tiradas: entendem o que aquilo significa. Pena que a rua é relativamente bem movimentada. E pena que a foto de todos nós andando na Abbey foi tirada na máquina do Vinicius, pai do Octávio, e eu ainda nao a peguei. Mas aí vai uma na plaquinha da Abbey House, o estúdio onde o disco deles foi gravado.



Depois fomos passear no palácio de Buckinham. Muito fino. Demos uma andada também na Oxford Street, o centro de compras caras de Londres, e por ali comemos novamente em um restaurante italiano. Comi o melhor calzone gigante da minha vida.
Voltamos pro hotel, congelando de frio. O primeiro dia do ano tinha sido muito bacana: sol em Londres, Abbey Road, boa comida, boas conversas. Só o papo do fim do dia que foi meio desnecessário, mas certos assuntos precisam ser abordados uma vez mais para nao serem abordados nunca mais.

Bye Bye London (ou nao)

No dia 2, depois de tomar café e arrumar malas, nos encontramos no saguao do hotel. Alí nos despediríamos dos pais e da irma do Octávio, que voltariam pro Brasil a noite (deu uma pontadinha de inveja, mas bem light...) enquanto eu, Octávio e Carlos seguiríamos rumo a Liverpool. Assim, na tora. Sem passagem nem nada. Só uma certeza: ficaríamos no couch do Ray. Conseguimos comprar tickets de trem na hora, 23 pounds, e seguimos rumo à cidade dos Beatles.

* Mind the Gap significa algo como 'cuidado com o vao', frase que era repetida incessantemente nos auto falantes do metrô de Londres, para as pessoas ficarem atentas ao vao entre o metrô e a plataforma. É algo tao marcante que existem vários souvenirs com a célebre frase, inclusive calcinhas. Sugestivo, nao? Pena que só tinham versao fio dental.

Ah, nao tire fotos nas estacoes de Londres: é proibido. Motivo: prevencao de acoes terroristas. Eu nao sabia e tirei essa do banquinho da Baker Street. Como a Adriana disse, será que foi aqui que o Jô sentou e se inspirou para fazer o livro?




Um comentário:

paula repezza disse...

Menina, quando fui à Bolívia tocou "chorando se foi" pra caramba, além de "dançando lambada"! Certeza que entrou no top 100 da Billboard, certeza!Haha